A história por trás do dia mundial da mentira

Abr 1, 2025 - 10:26
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A história por trás do dia mundial da mentira

Durante a Idade Média, a França seguia o calendário juliano, no qual o ano novo era celebrado em 1º de abril, com festividades que duravam uma semana. Em 1564, o rei Carlos IX decretou a adoção do calendário moderno, porém, a transição não foi imediata, e parte da população relutou em aceitar a nova data.

Aqueles que continuaram comemorando o ano novo em abril foram ridicularizados e receberam o apelido de "bobos de abril". Eles se tornaram alvos de piadas, como convites para festas inexistentes e o envio de cartões e presentes falsos. Com o tempo, essa tradição se consolidou, tornando o 1º de abril conhecido mundialmente como o Dia da Mentira.

Hoje, o 1º de abril é celebrado em diversos países, sempre marcado por pegadinhas e notícias falsas que, muitas vezes, envolvem até grandes empresas, jornais e emissoras de televisão.

No Brasil, o primeiro registro de uma pegadinha de 1º de abril ocorreu em 1828, quando o jornal mineiro A Mentira publicou uma manchete afirmando que Dom Pedro I havia falecido. No dia seguinte, a própria publicação desmentiu a notícia, explicando que se tratava de uma brincadeira. Desde então, a tradição se consolidou no país, com diversos meios de comunicação participando das "trolagens" anuais.

Em Londres, a renomada emissora BBC já protagonizou várias pegadinhas memoráveis. Em 1957, por exemplo, transmitiu um documentário falso sobre uma suposta colheita de espaguete na Suíça, mostrando agricultores "colhendo" longas tiras de massa de árvores. Milhares de espectadores caíram na brincadeira, e muitos chegaram a ligar para a emissora perguntando como poderiam cultivar seu próprio espaguete em casa.

Outra pegadinha famosa da BBC aconteceu em 1980, quando a emissora anunciou que o icônico Big Ben seria modernizado e substituído por um relógio digital chamado "Digital Dave". A repercussão foi tão grande que a BBC precisou esclarecer que tudo não passava de uma brincadeira.

Nos Estados Unidos, em 1992, a rádio NPR (National Public Radio) causou alvoroço ao transmitir uma falsa entrevista com o comediante Rich Little, que imitava a voz de Richard Nixon. Durante o programa, o falso Nixon afirmava que concorreria novamente à Presidência. Muitos ouvintes acreditaram na notícia e protestaram furiosamente, lembrando que Nixon havia renunciado em 1974 devido ao escândalo de Watergate.

            Com o advento da internet e das redes sociais, o Dia da Mentira ganhou uma nova dimensão. Hoje, grandes empresas e marcas entram na brincadeira, divulgando anúncios fictícios e lançamentos absurdos. O Google, por exemplo, é conhecido por suas elaboradas pegadinhas anuais, como a criação de funcionalidades inexistentes no Google Maps ou a apresentação de produtos fictícios, como "óculos inteligentes para cães".

Apesar de ser uma data divertida, a popularização das fake news trouxe um novo desafio para o 1º de abril. Muitas pessoas acabam confundindo brincadeiras inofensivas com desinformação mal-intencionada. Por isso, hoje, é comum que veículos de imprensa e empresas alertem sobre a natureza das suas pegadinhas logo após divulgá-las.

Mesmo com essa mudança de contexto, o Dia da Mentira continua sendo uma oportunidade para momentos de diversão e criatividade. Seja por meio de brincadeiras entre amigos ou de anúncios extravagantes de grandes corporações, o 1º de abril segue vivo como uma tradição global marcada pelo bom humor.

 

 

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