Após efeitos colaterais graves, Anvisa proíbe venda de creme dental Colgate

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quinta-feira (27), a proibição da venda do creme dental "Clean Mint", da Colgate. A decisão de interdição cautelar foi publicada no Diário Oficial da União e ocorre após o recebimento de "um número significativo de relatos de eventos adversos associados ao uso do produto", conforme informado pela agência.

O creme dental "Clean Mint", da Colgate, promete “cuidar da sua boca por completo”, oferecendo proteção antibacteriana que dura até 12 horas, segundo a descrição do produto. Uma nova fórmula foi lançada pela Colgate no final de novembro do ano passado.

No entanto, consumidores que utilizaram o produto relataram reações alérgicas e sintomas como aftas, dores na língua, lábios e gengiva, além de ardência na boca. Alguns usuários mencionaram machucados e feridas na cavidade bucal, além de dificuldades para escovar os dentes.

A Anvisa informou que os efeitos adversos notificados incluem lesões bucais, sensações dolorosas, sensação de queimação/ardência, inflamação nas gengivas e edema labial. A agência destacou que esses sintomas impactaram “significativamente a qualidade de vida dos consumidores” e, em alguns casos, resultaram em “custos médicos”.

As interdições cautelares são aplicadas em situações em que há indícios claros de alteração ou adulteração do produto. De acordo com a Lei 6.437/1977, essa medida tem validade de 90 dias a partir da sua publicação.

O objetivo das interdições cautelares é evitar o consumo e uso de produtos que sejam irregulares ou que estejam sob suspeita. Entre as medidas que podem ser adotadas estão a apreensão, o recolhimento, a suspensão e a proibição de armazenamento, comercialização, distribuição, fabricação, importação, manipulação, propaganda e uso do produto.

Após a ação da Anvisa, o Procon de São Paulo notificou a Colgate, solicitando esclarecimentos sobre as providências que a empresa está tomando em relação à suspensão do produto. O órgão também pediu que a empresa explique como os consumidores podem identificar os produtos interditados. A Colgate tem 24 horas para responder à notificação, incluindo o envio de imagens e, se necessário, uma unidade do produto para análise dos especialistas.