BH: falsa notificação de desaparecimento acaba em prisão de traficantes

Fev 21, 2025 - 18:08
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BH: falsa notificação de desaparecimento acaba em prisão de traficantes

  A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu dez pessoas ligadas a uma organização criminosa, no Bairro Serra Verde, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A operação Iscariotes foi desencadeada depois que a corporação suspeitou de uma denúncia de desaparecimento de um homem, identificado como líder do tráfico de drogas do Sapolândia, no último 24 de dezembro.     Os investigadores acreditam que Douglas Rodrigues Antunes, de 26 anos, foi morto por comparsas em uma espécie de motim, mas seu corpo ainda não foi encontrado.

Dentre os envolvidos, estão sete homens e quatro mulheres: um mandante, associado da vítima; cinco executores; e cinco partícipes. Em entrevista coletiva, o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que, até então, os suspeitos podem responder por homicídio qualificado, tráfico, falsidade ideológica e fraude processual.

“Temos dois grupos, todos são residentes da região do Serra Verde e Minas Caixa. O primeiro grupo são realmente os parceiros do Douglas na venda de drogas, são traficantes. E o segundo grupo são pessoas que estão associadas e se aproveitam da prática criminosa e ajudaram esses traficantes, que tinham o objetivo de achar as drogas. Já após a morte, ajudaram a retirar esses materiais, destruíram provas, apagaram conversas de celulares, e como eles se ligam às drogas e à motivação do crime, também podem responder como partícipe no crime de homicídio”, disse o delegado.

  A corporação acredita que a motivação do crime tenha sido uma desavença sobre o controle dos entorpecentes.   Nesse meio tempo, a vítima se ausentou de suas funções e, devido a um quadro de crise renal, acabou ficando incomunicável. “E em paralelo a isso, ele não distribuiu as drogas para os parceiros, e a boca ficou desguarnecida. E isso para nossa investigação foi o estopim para a sua morte”, defende Fonseca.

Denúncia falsa

 As investigações começaram depois que uma das envolvidas fez um registro de ocorrência online de uma pessoa desaparecida. A mulher chegou a divulgar um cartaz com a foto de Douglas. Ela alegou que o homem havia saído de casa na Rua Jacob Marra de Freitas, e, ao chegar na esquina com a Rua Guido Leão, o GPS do celular da vítima parou de funcionar, e ele não foi mais visto.

  Durante diligências, os investigadores chegaram até o apartamento de Douglas, onde foi encontrado um aparelho celular, com informações da venda de entorpecentes. Já na garagem do prédio, foram descobertos vestígios de tabletes de maconha. A suspeita da Polícia Civil é a de que, após a morte do líder, seus associados entraram no local e retiraram os produtos para revendê-los.

  “Essas pessoas se aproveitaram de uma causa nobre que é um registro de pessoas desaparecidas. Nós acompanhamos esses registros e as redes sociais e um servidor identificou que o Douglas constava como desaparecido e já havia boletim. Chamamos essa solicitante para vir à delegacia, ela comparecer junto com uma outra comparsa. Enquanto havia o atendimento, outros dois comparsas retornaram ao apartamento e retiraram o restante das substâncias”, detalhou Alexandre.

Corpo carbonizado

  Em meio às buscas pelo corpo de Douglas, a polícia chegou a uma área em São Joaquim de Bicas, onde foram encontrados vestígios de uma pessoa que foi carbonizada dentro de pneus, modus operandi conhecido como "micro-ondas" praticado pelo “tribunal do crime”. Conforme o delegado, dois exames para identificação foram feitos, e ambos confirmaram não se tratar do desaparecido no Serra Verde. Essa investigação segue em andamento na delegacia da Polícia Civil da cidade.

  “Nós achamos que esse corpo poderia ser do Douglas, é importante frisar isso, tínhamos essa convicção, porém os exames papiloscopia rechaçaram essa possibilidade. Ou seja, é um outro homicídio que pode estar vinculado a essa gangue”, lamenta o chefe da investigação.

  Douglas era natural de Belo Horizonte. De acordo com a PCMG, a boca de fumo que chefiava já pertenceu a seu tio. Quando menor de idade, o homem foi preso por tráfico de drogas. “Até o momento as informações apontam que realmente é uma gangue localizada que não tem vínculo com Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho ou Terceiro Comando Puro”.

Fonte: https://www.em.com.br/gerais/2025/02/7066293-bh-falsa-notificacao-de-desaparecimento-acaba-em-prisao-de-traficantes.html

 

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