Em um ano, café bate recordes em aumento de preços

            O preço do café segue em alta, com o grão moído registrando um aumento expressivo de 50,35% no acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira (11). Apenas na variação mensal, o valor da bebida subiu 8,56% em relação a dezembro de 2024, refletindo o impacto de fatores como a demanda crescente e oscilações no mercado agrícola.

A alta no preço do café tem sido mais intensa nos pacotes vendidos nos supermercados do que na bebida servida em bares e restaurantes. Em janeiro, o preço do cafezinho fora de casa aumentou 2,71%, uma variação inferior à do café moído comercializado no varejo.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação do cafezinho servido em estabelecimentos foi de 10,49%, um índice significativamente menor do que a alta registrada nos pacotes de café disponíveis nos supermercados. Esse cenário pode estar relacionado a estratégias comerciais dos estabelecimentos, que absorvem parte do aumento para evitar repassar integralmente o custo aos consumidores.

Apesar do aumento nos preços, o consumo de café continua em crescimento, impulsionado por novas receitas e formas de preparo que utilizam o grão. Entre janeiro e outubro de 2024, o consumo total da bebida no Brasil avançou 1,1%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). No entanto, o consumo per capita apresentou uma queda de 2,22%, indicando que, embora a demanda geral tenha aumentado, a quantidade consumida por pessoa diminuiu.

De acordo com Silva, diretor da Abic, os consumidores de café demonstram grande resiliência diante das variações de preço. Ele destaca que muitos costumam manter um pequeno estoque de pacotes de 1 kg em casa, o que lhes permite adiar novas compras até que os valores se estabilizem no mercado. Esse comportamento ajuda a equilibrar a demanda em momentos de alta nos preços.