Exonerado após 46 anos no corredor da morte, japonês recebe indenização milionária

O Ex-boxeador profissional, Hakamada, hoje com 89 anos, foi sentenciado à morte em 1968 pelo assassinato de quatro pessoas, crime que sempre negou ter cometido. Sua condenação ocorreu apesar de alegações de que provas contra ele foram forjadas pela polícia.
Um novo julgamento aconteceu em 2024 e após um exame de DNA comprovar que as roupas ensanguentadas usadas para o incriminar haviam sido plantadas muito tempo depois dos assassinatos, então ele foi inocentado.
O Tribunal Distrital de Shizuoka confirmou que Hakamada receberá mais de 217 milhões de ienes – a maior indenização já concedida por um erro judicial no Japão, segundo seu advogado, Hideyo Ogawa. O valor corresponde a aproximadamente R$ 8,3 milhões.
Relembre o caso
Hakamada trabalhava em uma fábrica de processamento de soja quando, em 1966, seu chefe, a esposa dele e seus dois filhos foram encontrados mortos a facadas em casa. Ele foi preso pouco depois e, inicialmente, confessou o crime. Porém, mais tarde, afirmou que a confissão foi obtida sob coação, após ser submetido a agressões e ameaças durante os interrogatórios.
O julgamento terminou com uma decisão dividida de 2 a 1 entre os juízes. O único magistrado contrário à condenação deixou a magistratura seis meses depois, desmoralizado por não conseguir impedir a sentença.
Com a pena de morte pairando sobre ele por mais de 40 anos, Hakamada passou décadas esperando pelo enforcamento, sem saber quando sua execução poderia acontecer. Sua irmã, Hideko, liderou uma incansável campanha por sua libertação e denunciou os efeitos psicológicos devastadores do longo período de encarceramento.
“Às vezes, ele sorri feliz, mas isso acontece quando está em seu delírio”, relatou à CNN. “Nem sequer discutimos o julgamento com Iwao, pois ele não consegue mais reconhecer a realidade.”
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