Na contramão da inflação, 43 alimentos ficaram mais baratos no último ano; veja quais são

Na contramão da inflação, 43 alimentos ficaram mais baratos no último ano; veja quais são
Eles são pouco menos de um quarto dos 176 produtos e categorias de alimentos avaliados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A lista inclui itens habituais da cesta básica, como feijão, frutas e verduras, mas deixa de fora outros produtos importantes da cultura brasileira, como arroz e carnes.
Mais importante do que avaliar a quantidade de itens que ficaram mais caros ou mais baratos em determinado período é entender a importância deles no orçamento das famílias, explica o economista e supervisor técnico do Dieese-MG, Fernando Duarte. “Temos que lembrar que existe um peso de cada produto na inflação. Alguns alimentos acabam sendo mais sentidos pela população, como carnes. No geral, gasta-se muito do orçamento familiar com alimentos como esses e, quando eles aumentam, as famílias sentem mais. O lazer do brasileiro passa, muitas vezes, pelo preço de consumo da carne”.
Por isso, ainda que possa servir como guia para o consumidor entender o que está mais em conta nas gôndolas, a lista de quedas de preço não significa necessariamente alívio para o bolso dos brasileiros, complementa o economista e coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), André Braz.
“Boa parte dos alimentos que registraram queda nos últimos 12 meses têm pouco impacto no orçamento familiar. Há uma demanda grande para frutas como manga, maracujá e melancia, mas o peso delas no orçamento, quer dizer, o quanto da renda da família elas comprometem, é pouco. É mais importante, por exemplo, quando observamos queda em alimentos como carne, açúcar, café e óleo de soja. Mas esses não foram exatamente os alimentos que caíram nos últimos 12 meses, foram os que mais subiram”, pondera o especialista.
Por outro lado, ele destaca a queda de preço do feijão. A variação mais acentuada foi a do carioca, de -17,77%. Entre as opções de proteína animal, entram na lista os ovos de galinha (-1,91%) e algumas espécies de peixe. Já as carnes de boi e porco continuam a pressionar o bolso do consumidor com uma alta de 21,17%
“Temos uma relação muito maior de itens que subiram no ano passado, como carne bovina, suína, de aves, café e leite. Então, acaba que os itens que caíram não são suficientes para oferecer ao consumidor uma opção de substituição. É bom ver alimentos mais baratos em comparação ao início do ano passado, mas isso não apaga a angústia que as famílias de baixa renda estão passando, principalmente depois do aumento que as carnes registraram nos últimos meses”, prossegue Braz.
Além disso, o consumidor tende a se atentar mais aos aumentos do que às quedas de preço, acrescenta o economista Fernando Duarte, do Dieese-MG. “A população no geral é muito sensível à mudança para cima do preço. Mesmo que os ovos tenham diminuído de preço nos últimos 12 meses, observamos agora uma alta do preço deles nos supermercados. Então, provavelmente, se você chegar e apontar que, nos últimos 12 meses, os ovos diminuíram de preço, a pessoa chegará com o preço da semana passada e falará que você ou a inflação estão errados, porque ela foi ao supermercado na semana passada e ele aumentou”, finaliza o economista.
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