O que é bed rotting e quais são os alertas para quando o 'apodrecer na cama' se torna prejudicial

   Sabe aqueles dias em que tudo o que você mais quer é passar o dia inteiro na cama? Para algumas pessoas, especialmente entre os jovens da Geração Z – nascidos entre 1995 e 2012 – essa vontade virou hábito.

   A prática ganhou até um nome, bed rotting (“apodrecer na cama”, em tradução literal). A ideia é simples: realizar todas as atividades do dia “na horizontal”, como dormir, trabalhar, comer e até curtir momentos de lazer, saindo do aconchego apenas para ir ao banheiro ou para buscar o lanche entregue pelo aplicativo.

   O comportamento tem se tornado febre no TikTok, na plataforma tem várias dicas e tutoriais ensinando as pessoas a manter o hábito, incentivando a ideia ao afirmar ser um autocuidado.

   Por trás desse comportamento que, à primeira vista, pode parecer preguiça ou procrastinação, há fatores mais profundos que ajudam a explicar por que tantos jovens têm passado longos períodos na cama. Depressão, isolamento social e sensação generalizada de desesperança em relação ao futuro estão entre as possíveis causas.

   Pesquisa publicada em 2023 na revista “The Lancet” apontou que os jovens da Geração Z têm apresentado problemas de saúde mental mais cedo que os millennials (nascidos entre 1981 e 1996). Além disso, a pandemia também obrigou todas as pessoas a ficarem em casa – o que, para muitos jovens, representou limitação na capacidade de socialização e maior dependência do uso de smartphones. Nesta época em que os adolescentes deveriam estar na escola socializando, estavam dentro de casa, interagindo apenas por via internet.

   A cama se tornou um “ambiente seguro” onde não há cobranças, estresse ou preocupações, entretanto, esses comportamentos sedentários provocam problemas mentais e físicos como dores no corpo, má alimentação, depressão, ansiedade e afins. Uma pessoa que ‘apodrece na cama’, por escolher não viver mais atividades sociais, literalmente está acabando com a própria vida aos poucos.

   É essencial que os pais fiquem atentos a esse novo hábito que atinge principalmente os adolescentes, afinal de contas, não é porque ele está dentro de casa, que obrigatoriamente está tendo uma vida saudável.

Fonte: O Tempo