Páscoa de 2025 tem ovos mais caros e com menos chocolate

Mar 17, 2025 - 14:59
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Páscoa de 2025 tem ovos mais caros e com menos chocolate

Já imaginou uma Páscoa com menos chocolate e ovos mais caros? Esse é um dos cenários previstos para este ano, conforme economistas e representantes do setor, em meio ao aumento nos preços do cacau, que atingiram um pico em dezembro. Naquele mês, a tonelada de cacau foi negociada por US$ 11.040 na bolsa de valores de Nova York, marcando um aumento de 163% em relação a dezembro de 2023.

Esse crescimento nos preços é impulsionado por problemas climáticos nas lavouras dos maiores produtores do fruto, localizados na África, que responde por 70% do fornecimento mundial. A Costa do Marfim, maior produtora, é responsável por 45% do cacau global. Isso impacta diretamente o chocolate brasileiro, já que o cacau é uma commodity, ou seja, seu preço é determinado internacionalmente.

Durante ano passado, os produtores de chocolates industrial e artesanal adotaram estratégias para contornar a alta dos preços do cacau sem repassar o custo para os consumidores, como diversificar o mix de produtos e reduzir o tamanho das embalagens.

No entanto, isso pode se tornar mais difícil na Páscoa, já que as amêndoas utilizadas para a produção do chocolate específico para o feriado foram compradas no segundo semestre de 2024, quando o preço do cacau atingiu seu pico. Isso pode refletir diretamente nos custos dos produtos dessa temporada.

A alta do cacau tem sido repassada gradualmente aos consumidores de chocolate. Nos 12 meses acumulados até janeiro, o preço do chocolate em barra e do bombom aumentou 16,53%, enquanto o chocolate em pó e o achocolatado tiveram uma alta de 12,49%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além do aumento no preço do cacau, outros fatores também impactam o custo dos ovos de Páscoa, como a infraestrutura e a logística de transporte, uma vez que são produtos muito frágeis, explica Marcos Silveira Bernardes, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e produtor de cacau.

Para esta Páscoa, a Cacau Show aplicou um reajuste de preços entre 8% e 10%, conforme informou Roque. Ele destaca que esse aumento é abaixo da alta do cacau, e que o setor deverá perder rentabilidade para evitar encarecer ainda mais o produto.

Apesar da alta, o vice-presidente da Cacau Show mencionou que a demanda de Páscoa permanece estável em relação ao ano passado, e ele espera um crescimento no número de consumidores, já que a empresa ampliou seu portfólio de produtos em diferentes faixas de preço.

 

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