Prédio de 24 andares desaba em incêndio no Centro de SP
RESUMO
- Chamas começaram por volta da 1h30 no 5º andar
- Prédio de 24 andares abrigava ocupação irregular
- Prefeitura de São Paulo diz que 92 famílias estavam no local
- Homem caiu junto com o prédio em tentativa de resgate
- Bombeiros combatem focos de incêndio e buscam desaparecidos
“O pior eram as crianças pedindo socorro e nós sem podermos ajudar”, diz sobrevivente de incêndio em São Paulo.
“Elas gritavam e choravam muito, pediam muito socorro. E a gente não tinha condição de ajudar porque era muita fumaça, muito fogo, muita gente correndo.”
Leia o relato da dominicana Reyna, que morava no edifício havia 6 meses.
Uma avaliação do prédio que desabou. feita em março pela Defesa Civil, afirmou que não havia risco estrutural na edificação, “embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio”.
Leia mais sobre o documento assinado em 16 de março.
Moradores disseram que uma briga de casal que cozinhava com álcool ou um estouro de panela de pressão podem ter dado início ao incêndio.
“Quando a gente estava lá se divertindo, a gente só ouviu os dois discutindo. Nessa , os dois estavam cozinhando no álcool, álcool de posto, né? Foi nessa hora que pegou fogo em tudo”, afirmou Gabriel Arcangelo.
Os Bombeiros e os peritos do Instituto de Criminalística ainda analisam o que pode der causado a tragédia.
“A única certeza até agora que temos é a de houve um incêndio e só análises aprofundadas dirão o que causou”, disse o capitão Marcos Palumbo, porta voz dos bombeiros.
A Cruz Vermelha de São Paulo está recebendo doações de todos os tipos – em especial, água, alimentos não perecíveis, roupas, sapatos e itens de higiene pessoal – para auxiliar as vítimas do incêndio e desabamento.
As pessoas que quiserem ajudar, devem levar as doações para a sede da Cruz Vermelha, localizada na Avenida Moreira Guimarães, 699, próximo ao aeroporto de Congonhas, onde serão triadas e destinadas às famílias atingidas.
O homem que era resgatado quando o prédio desabou chegou a deixar o imóvel, mas voltou para ajudar no resgate dos moradores de andares mais altos, que estavam com dificuldade para deixar o local.
Ele se chamava Ricardo, tinha cerca de 30 anos. As imagens mostraram que Ricardo estava muito próximo de ser ajudado por um bombeiro antes de o prédio ruircompletamente (veja o vídeo abaixo).
Muitos moradores conseguiram deixar o prédio com alguns pertences e foram para uma praça próxima ao local do incêndio.
“Minha vida estava lá dentro, não deu pra tirar documento, nada. Eu simplesmente vi minha vida desmoronando”, disse Francisca da Silva.
“Perdi TV, bicicleta, roupa, perdi muitas coisas de objeto. Mas graças a Deus não perdia vida dos meus filhos, que pra mim é o mais importante”, contou o gari José Antonio da Silva.
Moradores do prédio que desabou no Largo do Paissandu disseram ao SP1 que pagavam um aluguel de até R$ 400 para morar no edifício ocupado.
O dinheiro era usado para pagar as despesas do prédio que tinha até porteiro e carteirinha de identificação de moradores.
Cães farejadores apontaram para o lugar de uma possível vítima nos escombros, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Eles trabalham para resfriar o local e retirar manualmente os destroços.
Fonte: G1