Quase 70 garças morrem durante poda de árvore feita por prefeitura da Grande BH
Ao todo, os voluntários do Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte (GRABH) resgataram 165 animais ainda vivos e encontraram três já mortos na Avenida Getúlio Vargas, na altura Praça do Piquenique Literário, na orla da Lagoa Central.
Outros 66 morreram a caminho da sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Belo Horizonte.
Dos 165 resgatados, 131 eram da espécie garça-vaqueira, 5 de garça-branca-pequena, outras 5 de savacu e 24 filhotes, que provavelmente também eram garça-vaqueira, um deles ainda eclodindo do ovo. Todos foram encaminhados ao Ibama, onde estão recebendo atendimento.
Em nota, a Prefeitura de Lagoa Santa informou que "está apurando a poda realizada pela equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SDU)". Uma reunião foi convocada pelo prefeito Breno Salomão (Cidadania) para "entender o que ocorreu, providenciar todas as apurações de responsabilidades e tomar as providências cabíveis, além de garantir que isso não mais ocorra em Lagoa Santa".
Completou, ainda, que a ordem de autorização para a poda indicava de forma expressa "quanto a não realização do serviço onde houvesse a presença de ninhos e aves alocadas" e que aplicou sanções administrativas e ambientais à empresa prestadora de serviço.
De acordo com testemunhas, a poda foi realizada durante a tarde de segunda-feira (10) e ainda não há confirmação sobre a motivação para o serviço.
Moradores e voluntários relatam que eles mesmos providenciaram caixas de papelão para abrigar os bichos afetados pela poda e acionaram as autoridades. Um boletim de ocorrência chegou a ser feito pela Polícia Militar.
A reportagem procurou a Polícia Civil para questionar sobre as investigações sobre o caso e atualizará o material assim que houver retorno.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou uma notícia de fato — procedimento preliminar que antecede uma investigação — para "apurar as circunstâncias da poda".
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